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"Amando" um Cachorro até a Morte: Reflexões sobre Treinamento e Comportamento Canino

Em um artigo, originalmente escrito por Ted Efthymiadis, fundador da Mango Dogs, e publicado no blog de Tyler Muto, abordamos uma questão alarmante que afeta treinadores de cães nos EUA e no Canadá. Efthymiadis destaca como campanhas contra o uso de determinadas ferramentas de treinamento, como coleiras eletrônicas e prong collars, têm prejudicado não apenas os treinadores, mas também os próprios cães e suas famílias. Este artigo expõe o impacto dessas decisões e a maneira como, muitas vezes, o ego e as crenças pessoais podem colocar em risco tanto os cães quanto seus donos.

A Divisão no Mundo do Treinamento Canino

Nos últimos anos, houve uma crescente divisão no mundo do treinamento de cães, especialmente em relação ao uso de técnicas que envolvem correções. Em muitas regiões da América do Norte, qualquer forma de correção no treinamento é vista como abusiva, o que cria barreiras para treinadores qualificados e, consequentemente, para os próprios cães que necessitam de reabilitação comportamental.

Um exemplo mencionado por Efthymiadis é o de Tyler Muto, um renomado treinador especializado na reabilitação de cães agressivos e reativos. Tyler enfrenta oposição de abrigos locais, que se recusam a permitir que cães sejam adotados por famílias que busquem os serviços de sua empresa ou de veterinários que o recomendam. Essa atitude, alimentada por campanhas que demonizam o uso de correções no treinamento, tem levado a uma situação em que cães são mantidos em abrigos por mais tempo ou até mesmo sacrificados, em vez de receberem o treinamento necessário para sua reabilitação.

A Realidade dos Abrigos: Ego e Emoções Sobrepondo-se à Segurança

Em um mundo onde milhões de cães são sacrificados anualmente por falta de espaço em abrigos, a recusa de permitir que cães recebam treinamento que pode salvá-los parece contraditória. A resistência ao uso de ferramentas como prong collars, que são eficazes no controle de comportamentos como puxar na coleira, é alimentada por preconceitos e mal-entendidos sobre o funcionamento dessas ferramentas. Como Efthymiadis aponta, essa resistência não é baseada em evidências, mas em emoções e egos inflados.

O artigo relata várias histórias de casos em que os donos de cães, influenciados pela pressão social e pelo medo de serem julgados, se recusam a usar ferramentas que poderiam melhorar drasticamente a segurança e o bem-estar de seus animais. Em um exemplo, uma mulher grávida recusou o uso de uma prong collar, mesmo depois de ver sua eficácia, simplesmente porque trabalhava em um abrigo onde a equipe se opunha ao uso dessas ferramentas. Essa decisão colocou em risco tanto sua própria segurança quanto a do seu bebê.

A Negação da Realidade: Quando o Ego Coloca Cães em Risco

Efthymiadis também relata um caso em que uma mulher preferiu gastar milhares de dólares em cirurgias para salvar seu cão, que repetidamente engolia objetos perigosos, em vez de adotar medidas preventivas simples, como o uso de uma coleira. A justificativa? Ela não queria restringir a liberdade do cão. Esse tipo de atitude, que valoriza a "liberdade" do animal acima de sua própria segurança, reflete uma mentalidade que coloca em risco a vida dos cães.

O problema, como Efthymiadis aponta, é que muitas dessas decisões são impulsionadas por ego e ideologia, em vez de serem baseadas em um verdadeiro desejo de proteger os cães e suas famílias. Ao se recusar a usar ferramentas de treinamento eficazes ou trabalhar com treinadores que utilizam correções, muitos donos de cães estão, na verdade, prejudicando os animais que amam.

A Questão da Responsabilidade

O artigo levanta uma questão crucial: quem realmente se preocupa com o bem-estar dos cães? Ao impedir que cães sejam treinados por profissionais qualificados, que muitas vezes utilizam uma combinação de técnicas positivas e correções, estamos realmente agindo em prol do bem-estar animal? Ou estamos, na verdade, permitindo que nossos próprios preconceitos e egos coloquem em risco a vida desses animais?

Efthymiadis conclui seu texto com um apelo à razão. Ele pede que os leitores reflitam sobre as consequências de suas decisões e defendam a segurança das famílias, dos cães e daqueles que aguardam por adoção em abrigos. Afinal, "amar" um cão também significa proteger sua segurança e proporcionar-lhe um ambiente estruturado, onde ele possa prosperar de forma saudável.

Conclusão

Este artigo destaca uma tendência preocupante no mundo do treinamento de cães, onde o preconceito contra o uso de correções está prejudicando tanto os treinadores quanto os cães que mais precisam de ajuda. A resistência ao uso de ferramentas como coleiras eletrônicas e prong collars, alimentada por campanhas baseadas em emoção e ideologia, está resultando em decisões que colocam em risco a vida dos cães e das famílias. Efthymiadis faz um apelo claro: é hora de deixarmos o ego de lado e focarmos no que realmente importa – o bem-estar e a segurança dos cães.