A Guerra dos sexos e a destruição das relações humanas.

Fala pessoal! Como estamos? 

Hoje eu quero dividir com vocês uma reflexão que venho fazendo sobre o constante estado de guerra entre homens e mulheres na nossa sociedade, e como o efeito devastador desse conflito transborda em todo e qualquer tipo de relações humanas na era moderna. 

Até pouco tempo atrás eu nem sabia que existia esse suposto movimento red pill ou black pill que tanto se fala por aí. Confesso que não passo tanto tempo em redes sociais então não sou constantemente impactada pelas tendências do momento, mas ainda assim, fui apresentada a esse tal movimento e resolvi pesquisar mais a fundo. Para o meu completo choque eu entendi agora porque a geração mais nova, e até mesmo os mais velhos que habitam as órbitas de redes sociais estão no estado de calamidade que estão. O nível de negativismo, raiva, hostilidade e ressentimento é fora da realidade, em ambos os lados (homens e mulheres). 

Dentro das comunidades femininas e masculinas a nova doutrina se resume aos seguintes pontos:

  • Casamento é uma instituição falida - a adoção da lei do antes só do que mal acompanhado.

  • Seu parceiro ou parceira só quer seu dinheiro - todo mundo é interesseiro - a quebra da confiança.

  • As pessoas só se importam com aparência - mais vale um corpo bonito do que uma alma pura e abençoada - a quebra de valores.

  • Demonstrações de emoções ou vulnerabilidades são elementos de fraqueza - relações são jogos de poder - a negação do amor verdadeiro.

  • Filhos são um peso morto - só dão despesas e se tornam imprestáveis - a quebra do núcleo familiar e maturidade.

  • A vida satisfatória é uma bolha - a celebração ao comportamento anti social. 

  • Felicidade é ter dinheiro guardado e viver no anonimato sozinho - a celebração do comportamento paranoico. 

  • O culpado é sempre o outro - a celebração à ausência de responsabilidade pessoal. 

  • Se um fez errado, todos vão fazer, então nada vale a pena - a generalização como justificativa para a acomodação a falta de iniciativa própria. 

  • Quando o discurso não agrada, saia em silêncio (ghost) - a celebração da covardia. 

  • O outro é que tem que me agradar porque eu sou o prêmio - a celebração da lei do mínimo esforço. 

  • Religião e fé é fantasia de gado - a negação da referência de valores e autoridade moral. 

Eu poderia ir mais além na lista, porém apenas esses pontos sendo vendidos por ambos os lados já mostram que o plano nefasto de destruição das relações humanas funcionou. O mais interessante de tudo é ver que as pessoas que habitam essas comunidades se auto intitulam como sagazes, inteligentes, aqueles que descobriram o segredo da vida e saíram da Matrix. Ironicamente, ao contrário do que eles imaginam, essa é a Matrix! É exatamente esse o plano que vem sendo implementado ao longo das últimas décadas. E boa parte desses grupos caem como patinhos.

Mas aí vem a pergunta: porque? Por que foi tão fácil desconstruir séculos de referências morais em sociedades que foram fundadas por tais conceitos? A resposta curta seria a velocidade e amplitude da internet. Mas vamos a resposta longa.

Nenhum sistema é perfeito e quando falamos de conduta humana, sabemos que indivíduos vão sempre falhar em algum momento. Dentro das relações tradicionais antigas, apesar do modelo ser mais sólido, indivíduos erraram e com base nesses erros foram construídas as narrativas generalizadas, vendidas como soluções para as massas. Essa técnica de generalização serve como uma faísca para incendiar fóruns de discussões online e debates abertos em redes sociais. Isso existe até hoje e eu vou demonstrar como é feito.

A premissa do casamento falido, por exemplo, foi vendida em filmes, reportagens, documentários e séries que relatam os piores exemplos de indivíduos com condutas detestáveis. Essa demonstração de extremo ruim é necessária para gerar um questionamento na população antes de propor uma mudança. Quantos de nós não conhecemos exemplos ruins de casamentos? Qualquer um de nós aqui poderia citar suas experiências e defender seus posicionamentos com base no que sabem, viveram ou já viram, certo? Agora imagine se cada pessoa que tem uma experiência ruim tivesse a oportunidade de levar sua voz à centenas ou milhares de pessoas ao mesmo tempo, e com um argumento bem feito, pudesse fazer todos (mesmo aqueles que nunca presenciaram nada disso) se questionarem? Ao mesmo tempo, nenhum relato de experiências positivas é mostrado. Tá vendo como não é tão difícil assim?

Vocês podem pegar qualquer um dos pontos que eu citei acima e usar a mesma fórmula. O resultado será o mesmo. A partir do momento que a semente do mal é plantada e constantemente apresentada como realidade, ela passa a ser aceita e adotada por indivíduos da sociedade que perpetuam esse conceito. Muitos usam o exemplo do movimento feminista e como a partir dele as mulheres se tornaram escravas de conceitos fantasiosos, perdendo sua pureza e assumindo papéis masculinos em sociedade em direta competição com os homens. 

Ao mesmo tempo que o movimento feminista afetou a conduta das mulheres - fazendo-as acreditar que o proposito era positivo - os homens também foram diretamente influenciados a participar com o apelo acomodativo, ou seja, agora ele poderia dividir suas responsabilidades e pesos com as mulheres, o tornando assim menos apto e mais infantilizado. O resultado foi desastroso onde ambos os sexos saíram perdendo. O homem não sabe mais encontrar o seu propósito porque agora enxerga a mulher como competidora e não como companheira. A mulher repele o homem porque não reconhece mais seu papel como superior e entra na competição de poder. A guerra se estabelece e agora temos inimigos declarados - vide as afirmações de doutrina na lista acima, seguidas por ambas as partes. 

Vejam que eu ressaltei o ponto de dar voz e amplitude a relatos extremamente negativos. Eu evidenciei esse fato não porque sou contra a liberdade de expressão, pelo contrário, mas sim porque não vemos, nem de longe, o mesmo volume de conteúdo com relatos inversos. Isso é proposital já que existem sim criadores de conteúdo que expõem o lado positivo, porém esse conteúdo não viraliza e não chega à mesa de debate popular. Se chegasse teríamos uma base de referência maior e mais realista para análise, mas infelizmente esse não é o plano. Quanto mais negativo for o conteúdo maior será a sua amplitude, e quanto mais positivo for o conteúdo, menor será o seu alcance. É assim que funciona o algoritmo da internet. Porque?

Porque nós seres humanos, ironicamente, somos movidos por emoções! Olha que loucura! Dentro de todas essas bolhas se fala tanto sobre comportamento racional, como é importante usar a lógica e não o coração, se ridiculariza tanto o lado vulnerável das pessoas quando na verdade tudo isso vem de que? De memórias de emoções negativas. Amores não correspondidos, tarefas não cumpridas, sonhos não realizados, carreiras interrompidas, traições, decepções e afins. É daí que vem toda a indignação, toda raiva, todo rancor e ressentimento expresso nos milhares de comentários em vídeos virais que propositalmente tocam nesses pontos. É a teoria do caos. Basta direcionar toda essa emoção negativa para um tópico ou pessoa que você tem a fórmula do sucesso demoníaco. 

O meu ponto aqui é o seguinte: quanto mais você habita órbitas de redes sociais, bolhas em formatos de fóruns, grupos fechados e afins, mais suscetível você vai ficar à todo esse jogo de manipulação. Eu sempre disse e continuo dizendo, a vida se vive lá fora, no um a um, nas experiências que temos com cada pessoa que encontramos no mundo real. Quanto mais nos divorciamos no mundo real e adotamos a internet como território de interação social, mais seremos bombardeados pelo negativismo e o convite para se alistar na guerra dos sexos, que é só uma porta para um campo de batalhas infinito, gerido pelos mestres da manipulação que seguem ganhando fortunas com cada gota de sangue da sua mais nova decepção. Acordem enquanto é tempo!

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