Olá pessoal! Hoje vamos falar de treinos na prática com cães e como usar técnicas diversas para atingir os melhores resultados, sem precisar depender eternamente de induções corporais com a comida do dia. Quem tem cães pequenos (como eu!) sabem que os treinos tendem a ser exigentes com nossa coluna! Estamos sempre abaixando e levantando, e depois de um tempo o corpo sente as consequências.

Mas então como fazer de uma forma eficaz e justa com o cão?

Antes de qualquer coisa é importante introduzir o cão ao equipamento de treinamento que será usado no seu aprendizado. Para cães pequenos as opções que eu sugiro são:

Uma guia unificada de 1,5m ou 2m - veja esse modelo que eu uso aqui.

Uma micro prong collar - veja o modelo que eu recomendo aqui.

Uma micro e-collar da E-Collar Technologies

Essas opções podem ser usadas em cães de até 10kg. No meu caso, com as minhas aqui em casa, eu uso a Prong Collar de 2.25mm apenas retirando alguns links e a Mini Educator 302 que servem bem para elas.

Para demonstrar melhor essas práticas, compartilho aqui alguns vídeos da querida Tori Smith, da empresa Take the Lead K9 Training, que compartilha diariamente boa parte da rotina de treinamento dos cães que ficam hospedados com ela.

Nesse primeiro vídeo vocês vão ver ela trabalhando com um cão pequeno, na introdução do exercício do Place, numa área externa da casa, aonde existem outros cães do outro lado da grade. Esse exercício é uma parte importante da introdução do equipamento para o cão, já que os movimentos são simples, dando a oportunidade ao cão de se familiarizar com a sensação de pressão e testar as respostas com leves orientações. Vejam também que ela está usando parte da comida do dia para manter o engajamento com o cão e o constante contato visual.

Nesse segundo vídeo vocês podem ver a prática do mesmo exercício, dessa vez dentro de casa, mas com a adição do comando “deita”. Vejam como foi importante introduzir a noção do exercício primeiro com a devida orientação, já que agora ela vai pedir um pouco mais do cão.

No vídeo ela mostra como seria mais fácil se abaixar e induzir o cão ao comando “deita”. Porém, essa prática pode condicionar o cão a apenas deitar quando seu corpo se curvar nessa mesma direção, dificultando assim a resposta do comando quando estamos em pé, ou à distância.

A alternativa que ela mostra é bem interessante. Uma vez que o cão está na cama suspensa, ela coloca parte da guia em baixo dos pés e vai fazendo uma leve pressão puxando com a outra mão. Se o cão ficar confuso e quiser levantar, basta ajusta-lo novamente na posição do senta, e recomeçar. Não é uma questão de força, mas de habilidade para fazer essa leve pressão até que o cão deite completamente. É uma excelente forma de conduzir o treino e os cães aprendem bem rápido, basta sermos consistentes.

Esse é um exemplo legal que ilustra porque é bom trabalhar com guia de 1,5m ou 2,0m leve para ter mais folga e opções durante os treinos. Seria complicado fazer esse exercício com uma guia mais curta ou de um material menos maleável.

Nesse terceiro vídeo Tori trabalha com outro cão, mais agitado, mas num estágio um pouco mais avançado de treinamento aonde o cão já aprendeu a deitar com essa técnica e agora precisa completar o exercício em superfícies diferentes, com um gatinho no ambiente.

Uma vez que o cão entende o comando você pode transferir essa mesma resposta para a coleira eletrônica, e trabalhar o cachorro à distância, em ambientes diferentes, com mais distrações. Tudo é uma questão de prática e muitas repetições.

Nesse último vídeo, da Heather Arthur, da empresa Pawsitively Calm, ela mostra o processo inteiro de introdução à cama suspensa, ao exercício do Place, até o deita com pressão na guia e na coleira eletrônica. Esse vídeo é bacana pois ela usa o sound box, que permite que vocês escutem quando, e por quanto tempo ela mantém a pressão na coleira eletrônica ligada nesse processo de aprendizado. Esse é um cão super medroso com um histórico de reatividade, então vejam o vídeo inteiro para ver a mudança na postura dele. Vejam também que a Heather usa recompensa verbal e física apenas, e não comida. É bom para que vocês possam ver essa opção no caso de cães que não tem interesse por alimento nessas horas.

Lembrem que todo o processo de aprendizado depende apenas da nossa habilidade de trabalhar todos os dias no que queremos construir a nível de comportamento com nossos cães. Consistência, repetições e paciência são a chave para os grandes resultados de modificação comportamental, sempre!